sábado, 24 de setembro de 2011

A folha em branco

Como conseguem os meus colegas munir-se constantemente de temas que suscitem o interesse dos leitores?

Estava eu perante a plenitude sufocante da página em branco, com a mente da mesma cor, transpirando do esforço de ter uma brilhante ideia quando me confrontei com esta questão.
Não estou a promover nenhum exercício de retórica. Espero verdadeiramente que me respondam. Onde raio vão buscar ideias para publicações diárias? Pelo menos de assuntos que interessem?

Escrever sobre a actualidade é aparentemente simples. Está-se a par das notícias, escolhe-se algo que nos chame a atenção e emite-se uma opinião melhor ou pior fundamentada e obtém-se uma "posta".
Onde está a aparência da simplicidade?
Respondo: na repetição. Esse tipo de exercício diário é para mim extenuante. Consigo mantê-lo por alguns, poucos, dias, no entanto em pouco tempo fico farto de política e políticos; Partidos, líderes e suas baboseiras; défices, troikas e sujeiras; crise, Grécia e bosteiras; polícia, bombeiros e mangueiras; jornalistas, escândalos e sopeiras... Como aguentam? Honestamente?

Reitero que não faço crítica. Estou curioso.
Não sentem falta desse tempo para outras coisas?
Não se cansam de ler todos os dias as mesmas bacoradas?
Como opinar sobre o mesmo sem se repetir a todo o tempo?
Over and over and over again?
Não? Nada? Nem ponta de tédio?

Tenho este blogue há pouco tempo. Mantenho o objectivo a que me propus no primeiro post que publiquei.
Desejo desenvolver este canto pessoal e enchê-lo de mim. De mim para vocês.
Não tenho dúvidas que será diferente da maioria.
Não por snobismo da minha parte.
Por limitação.
Não sou capaz de fazer igual a outros e descobri porquê.
Verdadeiramente não o quero.

Não sei se a ideia que tenho de blogue irá, ou não atrair leitores. Mentiria se dissesse que isso não me interessa.
Se não quisesse ser lido escrevia numa folha de papel e queimava-a, ou utilizava o Word e quando o triste PC me perguntasse se desejava guardar as alterações mandava-o, orgulhosamente, à merda.

Não obstante o desejo de notoriedade de qualquer bloguer, meu incluído, não falsearei a minha escrita para atrair público.
So, like it or not this is what you'll get. Something more, eventually, but nothing less.

Por tudo isto recusei um convite que recebi para escrever num blogue que ADORO.
Tem uma mescla de actualidade com outras temáticas.
É interessante, bem escrito, bem humorado e despreconceituoso.
Os seus autores não são fundamentalistas de nenhum dogma a não ser o da sua própria opinião.
Seria uma honra ser co-autor.

Mas não posso aceitar.
Caríssimos,
publicamente agradeço o convite que em privado me fizeram.

A verdade é só uma:
Mal consigo manter um blogue. Quanto mais se fossem dois.

Obrigado.

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