Como conseguem os meus colegas munir-se constantemente de temas que suscitem o interesse dos leitores?
Estava eu perante a plenitude sufocante da página em branco, com a mente da mesma cor, transpirando do esforço de ter uma brilhante ideia quando me confrontei com esta questão.
Não estou a promover nenhum exercício de retórica. Espero verdadeiramente que me respondam. Onde raio vão buscar ideias para publicações diárias? Pelo menos de assuntos que interessem?
Escrever sobre a actualidade é aparentemente simples. Está-se a par das notícias, escolhe-se algo que nos chame a atenção e emite-se uma opinião melhor ou pior fundamentada e obtém-se uma "posta".
Onde está a aparência da simplicidade?
Respondo: na repetição. Esse tipo de exercício diário é para mim extenuante. Consigo mantê-lo por alguns, poucos, dias, no entanto em pouco tempo fico farto de política e políticos; Partidos, líderes e suas baboseiras; défices, troikas e sujeiras; crise, Grécia e bosteiras; polícia, bombeiros e mangueiras; jornalistas, escândalos e sopeiras... Como aguentam? Honestamente?
Reitero que não faço crítica. Estou curioso.
Não sentem falta desse tempo para outras coisas?
Não se cansam de ler todos os dias as mesmas bacoradas?
Como opinar sobre o mesmo sem se repetir a todo o tempo?
Over and over and over again?
Não? Nada? Nem ponta de tédio?
Tenho este blogue há pouco tempo. Mantenho o objectivo a que me propus no primeiro post que publiquei.
Desejo desenvolver este canto pessoal e enchê-lo de mim. De mim para vocês.
Não tenho dúvidas que será diferente da maioria.
Não por snobismo da minha parte.
Por limitação.
Não sou capaz de fazer igual a outros e descobri porquê.
Verdadeiramente não o quero.
Não sei se a ideia que tenho de blogue irá, ou não atrair leitores. Mentiria se dissesse que isso não me interessa.
Se não quisesse ser lido escrevia numa folha de papel e queimava-a, ou utilizava o Word e quando o triste PC me perguntasse se desejava guardar as alterações mandava-o, orgulhosamente, à merda.
Não obstante o desejo de notoriedade de qualquer bloguer, meu incluído, não falsearei a minha escrita para atrair público.
So, like it or not this is what you'll get. Something more, eventually, but nothing less.
Por tudo isto recusei um convite que recebi para escrever num blogue que ADORO.
Tem uma mescla de actualidade com outras temáticas.
É interessante, bem escrito, bem humorado e despreconceituoso.
Os seus autores não são fundamentalistas de nenhum dogma a não ser o da sua própria opinião.
Seria uma honra ser co-autor.
Mas não posso aceitar.
Caríssimos,
publicamente agradeço o convite que em privado me fizeram.
A verdade é só uma:
Mal consigo manter um blogue. Quanto mais se fossem dois.
Obrigado.
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sábado, 24 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Taxa intermédia do IVA
Como complemento ao meu anterior post, passo a enumerar (sacado de algures na net) os produtos da taxa intermédia que poderão ser alvo de aumento de Imposto, de 13% para 23%:
"Diversos produtos para alimentação humana, incluindo: conservas de carne e miudezas comestíveis; conservas de moluscos (com excepção das ostras); conservas de frutas ou frutos; conservas de produtos hortícolas; óleos directamente comestíveis e suas misturas (óleos alimentares); margarinas de origem animal e vegetal; café verde ou cru, torrado, em grão ou em pó, seus sucedâneos e misturas, aperitivos à base de produtos hortícolas e sementes, aperitivos ou snacks à base de estrudidos de milho e trigo, à base de milho moído e frito ou de fécula de batata, em embalagens individuais;
Refeição prontas a consumir, nos regimes de pronto a comer e levar ou com entrega ao domicílio;
Vinhos comuns;
Flores de corte, folhagem para ornamentação e composições florais decorativas, com as excepções previstas na lei; plantas ornamentais;
Petróleo, gasóleo e gasóleo de aquecimento, coloridos e marcados, e fuelóleo e respectivas misturas;
Aparelhos, máquinas e outros equipamentos exclusiva ou principalmente destinados a:
- captação e aproveitamento de energia solar, eólica e geotérmica;
- captação e aproveitamento de outras formas alternativas de energia;
- produção de energia a partir da incineração ou transformação de detritos, lixo e outros resíduos;
- prospecção e pesquisa de petróleo e ou desenvolvimento da descoberta de petróleo e gás natural;
- medição e controlo para evitar ou reduzir as diversas formas de poluição.
Utensílios e alfaias agrícolas, silos móveis, motocultivadores, motobombas, electrobombas, tractores agrícolas como tal classificados nos respectivos livretes, e outras máquinas e aparelhos exclusiva ou principalmente destinados à agricultura, pecuária ou silvicultura;
Prestações de serviços de alimentação e bebidas."
TSUru
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Imagem via Google |
Conforme inicialmente anunciada esta diminuição tinha como objectivo a fomentação das exportações. Devo dizer que este fim nunca me pareceu intelectualmente verdadeiro porquanto nunca acreditei que as empresas fossem transferir a verba da despesa que deixariam de ter com a TSU para investimento no âmbito do aumento das exportações. Na realidade, creio, nem o Governo estaria plenamente convencido.
Era, portanto, perfeitamente evidente que o dinheiro poupado na TSU seria transformado, directamente e sem passar na Casa Partida, em margem de lucro.
O reconhecimento da falácia inicial pode ser hoje confirmado na alteração do argumentário justificativo do Governo para a redução da taxa: "Medida para dinamização da Economia".
Faria algum sentido, mormente num contexto recessivo, fornecer às empresas um balão de oxigénio, por mais pequeno que este fosse.
O objectivo, para mim, sempre terá sido este. Não havia, pois, necessidade de justificações transcendentes a um fim tão prosaico.
Não há, porém, medalha sem reverso.
Cada 1% de redução da TSU custa aos cofres da Segurança Social, grosso modo, 400 milhões de euros.
As contas são fáceis e cruéis. 400 milhões a multiplicar por x% de receita a retirar a uma S.S. falida.
Aqui reside o problema.
Onde está a lógica?
A diminuição da receita será compensada com a revisão dos escalões do IVA.
Esta re-estruturação do Imposto, leia-se aumento, vai no sentido de arrecadar mais dinheiro, isto é, vamos pagar mais, obviamente.
A penalização do poder de compra das famílias, a diminuição da sua real liquidez, aliada à sensação de desnorte e descrença euro-generalizadas, pode ter, e terá, uma consequência previsivelmente negativa no consumo privado, diminuindo-o ainda mais.
Isto penalizará, inevitavelmente, tanto as vendas das empresas como o valor real de IVA cobrado. Ou seja, esta medida irá ter como resultado precisamente o contrário do que a medida inicialmente preconizava, traduzindo-se apenas numa redução a dobrar das receitas do Estado, aliada a uma deterioração das contas da Seguraça Social e, no limite, a aumento do desemprego!
Não esqueçamos que no "mix" do tecido empresarial português as nano-mini-micro-pequenas-e-médias empresas são as que predominam, e apenas 20% do total de empresas exporta.
Em conclusão, as benesses da redução da TSU afectariam apenas uma pequena parte das empresas nacionais, enquanto que os aspectos negativos irão afectar toda a maioria, irão afectar a população e irão afectar o próprio Estado.
Tenho muito, muito medo das consequências desta medida.
Isto pode ser uma caixa de Pandora sem precedentes.
sábado, 17 de setembro de 2011
A Cratera
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Imagem via Google |
Em 1962 foi detonada uma bomba nuclear a 200 m de profundidade no deserto de Nevada, nos EUA. Ela criou um buraco gigante com quase 400 m de largura e 100 m de profundidade, sendo, até ontem, a maior cratera artificial conhecida.
Ontem, descobriu-se uma, também ela artificial, cratera, que não tendo sido resultado da detonação de uma ogiva nuclear, foi resultado de algo com um potencial assassino ainda maior: arrogância e estupidez combinadas num indivíduo que detém algum tipo de poder.
1,6 mil milhões de Euros é o diâmetro do buraco nas contas da Madeira.
Quando soube desta "bomba" fiquei espantado.
Quando ouvi as várias reacções fiquei extremamente preocupado.
A real vontade que me invade, o texto acerca do que realmente penso sobre os intervenientes nesta fossa lacrada a ouro que encontraram na terra das bananas, se escrito, levar-me-ia para tribunal.
Neste momento isso não me dava muito jeito porque o meu orçamento está reduzido.
Ainda sou daqueles que procuro gastar apenas o que posso... Manias!!
Impossibilitado de escarrar o nó que me aperta, saliento alguns pontos que são extremamente importantes:
Reacção de Alberto João Jardim:
Não há buraco nenhum. Reduziram o orçamento e o dinheiro não chegou para as obras.
Pois.
Sr. AJJ, se eu encomendasse um Lamborghini Aventador LP 700-4 com o ordenado que tenho, também não ia conseguir pagar. À luz da sua lógica, a culpa dessa dívida seria da empresa para a qual trabalho que, apenas por capricho, não me facultou o valor necessário à compra que eu resolvi levar a cabo.
O senhor tem o intestino grosso ligado ao cérebro?
Reacção do Partido Socialista:
António José Seguro, que se tem desdobrado em comentar tudo e mais alguma coisa para aparecer e mostrar que o PS está vivo, reagiu dizendo qualquer coisa do género,
Isto é gravíssimo. Como foi possível? Um buraco destes?! Diga o Sr. Primeiro Ministro se mantém, ou não a confiança política no candidato do PSD às eleições regionais madeirenses.
Pois.
O como isto foi possível, o quem vai pagar, imagem que isto passa para os credores, o quem vai pagar, o garantir que isto não se repita, a responsabilização de quem escavou a cratera, tudo isto, não interessa nada comparado com saber se o PSD apoia AJJ para ver se é desta que o PS tem um bom resultado na Madeira.
O senhor tem o intestino grosso ligado à boca?
Reacção do Partido Social Democrata:
Carlos Abreu Amorim emitiu um grunhido com mais ou menos o seguinte conteúdo:
Isto também não é assim tão grave. Está-se a exagerar. Isto não é muito diferente do que se passou em 2009 em que tivemos de rectificar o défice do Governo Socialista. Na altura José Sócrates pôde concorrer, só faz sentido que AJJ também o faça.
Pois.
O como isto foi possível, o quem vai pagar, imagem que isto passa para os credores, o quem vai pagar, o garantir que isto não se repita, a responsabilização de quem escavou a cratera, tudo isto, não interessa nada comparado com a possibilidade de ganhar as eleições regionais. Há, portanto, que minimizar danos na aparência...
O senhor tem cérebro?
Se eu não fosse alguém razoável, extremamente educado e afectado seria de esperar que os mandasse para o caralho.
Mas sou. É a sorte deles.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Sirene dos Bombeiros
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Imagem do CustoJusto.pt |
Fazendo fé no nome do referido sítio poderá ser comprada por um preço. Justo.
A quem interessa isto? Não faço ideia.
A sirene dos bombeiros, doravante designada de puta da gaita, tem vários toques, cada um com um significado diferente para bombeiro ouvir, entender e "agir em conformidade".
A puta da gaita, em cada um dos seus individuais e diferentes toques berra alto como a mãe dela, que também deve ser rameira.
A puta da gaita, no tempo em que havia um bombeiro em cada casa e em que todas as casas ficavam à volta do quartel devia ser preponderante para a rápida capacidade de resposta dos soldados da paz.
Os tempos mudam.
Hoje em dia os bombeiros vivem longe da puta da gaita e, como tal, não a ouvem. Não acordam a meio da noite. Não vão para o quartel por causa do seu grito lancinante.
Há centrais telefónicas que possibilitam chamar, em particular, o nºde bombeiros necessários com a função conveniente para a emergência em questão.
Há chamadas e sms através da internet.
Há pagers.
Os tempos mudam.
Os tempos mudam mas a puta da gaita não.
Aquela bosta ouve-se num raio de vários quilómetros na calada da noite...
MAS NÃO ACORDA UM ÚNICO BOMBEIRO QUE NÃO VIVA AO LADO DO QUARTEL!!
Para que serve a puta da gaita se só me acorda a mim?
Não sou bombeiro, merda!
Alguém me explica porque tenho de passar noites em claro à conta de um arcaísmo destes?
Mas isto tem alguma lógica?
Quando não durmo fico rabugento. Aguentem-se que é o remédio.
Se não gostarem, óptimo! Vão lá e calem a puta da gaita que eu fico melhor.
Dass...
domingo, 11 de setembro de 2011
A propósito de estupidez
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